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Como carregar o carro elétrico em casa

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Data de publicação: 05/06/25

Carregar um carro elétrico em casa é uma das formas mais práticas e económicas de garantir que o veículo está sempre pronto a circular. Com o crescimento da mobilidade elétrica, cada vez mais condutores procuram soluções que lhes permitam recarregar com comodidade, segurança e controlo sobre os custos.

Mas afinal, como funciona o carregamento doméstico? É preciso instalar um equipamento específico? Quanto tempo demora e quanto custa, em média, carregar o veículo a partir da rede elétrica da habitação?

Neste artigo, respondem-se às principais dúvidas de quem está a considerar carregar o seu carro elétrico em casa. São analisadas as diferentes opções disponíveis — desde a utilização de uma tomada convencional até à instalação de uma wallbox —, os tempos de carregamento, os custos envolvidos, os cuidados a ter com a instalação e as boas práticas para um uso seguro e eficiente.

Como carregar sem ter um carregador dedicado (apenas com tomada)

Apesar do título, "carregar sem carregador dedicado" não significa carregar sem nenhum equipamento. A maioria dos veículos elétricos inclui um carregador portátil de emergência — geralmente com potência de 2,3 kW — que permite ao utilizador ligar o carro a uma tomada doméstica convencional, normalmente do tipo Schuko.

Este método é uma solução simples e acessível e, como o próprio nome indica, o carregador de emergência foi pensado para situações pontuais — quando não há acesso a um carregador dedicado ou a uma tomada mais potente. Pode ser útil em deslocações inesperadas ou em locais onde não existe infraestrutura específica para carregamento.

O que é necessário?

  • Carregador de emergência incluído com o veículo.
  • Tomada em boas condições, preferencialmente com ligação direta ao quadro elétrico e sem uso de extensões.
  • Local seguro, como uma garagem ou estacionamento privado, para garantir proteção e estabilidade durante o carregamento.

Vantagens:

  • Não exige investimento em equipamentos adicionais.
  • Pode ser suficiente para uso ocasional ou em contextos de recurso.

Limitações:

  • Potência limitada (2,3 kW), o que resulta em carregamentos lentos — uma carga completa pode demorar mais de 20 horas, dependendo da capacidade da bateria.
  • Uso ocasional recomendado: embora possa ser utilizado em casa, o carregador de emergência é geralmente indicado para situações pontuais. O seu uso frequente pode não ser o mais seguro nem o mais eficiente, especialmente em instalações elétricas que não estejam preparadas para esse tipo de esforço prolongado.

Formas de carregar o carro elétrico em casa

Ao pensar no carregamento doméstico, é comum imaginar apenas dois cenários: ou se usa uma tomada comum, ou se instala uma wallbox. Mas, na prática, há três formas principais de carregar um carro elétrico em casa, com diferenças importantes entre elas:

1. Carregador de emergência em tomada convencional

  • Potência: cerca de 2,3 kW
  • Ligação: tomada Schuko (doméstica comum)
  • Indicado para: uso pontual, deslocações curtas, emergências
  • Tempo estimado: 20 a 30 horas para carga completa (bateria de 60 kWh)
  • Recomendações: evitar uso diário, instalação deve ser segura e dedicada

2. Carregador portátil em instalação reforçada

  • Potência: pode variar entre 3,7 kW e 22 kW — sendo mais comuns os modelos de 3,7 kW e 7,4 kW
  • Ligação: tomada industrial (tipo CEE) ou instalação monofásica/trifásica preparada
  • Indicado para: quem procura flexibilidade e potência sem instalar uma wallbox
  • Tempo estimado: 3 a 16 horas para carga completa, dependendo da potência disponível
  • Recomendações: requer verificação elétrica e proteção adequada

3. Wallbox

  • Potência: entre 3,7 kW e 22 kW (mais comum: 7,4 kW em habitações)
  • Ligação: diretamente ao quadro elétrico, com proteções dedicadas
  • Indicado para: carregamento diário, uso frequente e maior controlo
  • Tempo estimado: 6 a 9 horas para carga completa (bateria de 60 kWh)
  • Vantagens adicionais: controlo inteligente, agendamento, segurança reforçada

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Tempo médio de carregamento

A forma mais simples de estimar o tempo necessário para carregar um veículo elétrico em casa é dividindo a capacidade da bateria pela potência de carregamento:

Tempo (em horas) ≈ Capacidade da bateria (kWh) ÷ Potência real de carregamento (kW)

Por exemplo, se a bateria tiver 60 kWh e o carregamento for feito a 7,4 kW: 60 ÷ 7,4 = cerca de 8 horas.

Este cálculo dá uma ideia bastante próxima da realidade, mas o tempo final pode variar significativamente, dependendo de outros fatores que influenciam diretamente a velocidade de carregamento.

Na prática, o tempo de carregamento não é determinado apenas pela potência do carregador. Vários elementos entram nesta equação:

  • A capacidade da bateria do veículo (quanto maior, mais tempo leva);
  • A potência da instalação elétrica (monofásica ou trifásica, com ou sem limitações);
  • A potência do carregador (2,3 kW, 3,7 kW, 7,4 kW, 11 kW ou 22 kW);
  • A potência máxima de carregamento que o veículo aceita — todo o veículo elétrico tem um limite definido pelo fabricante para proteger a bateria, seja em carregamento em corrente alternada (AC) ou corrente contínua (DC);
  • A percentagem de carga no início da sessão — na maioria das vezes, o utilizador não carrega de 0 a 100%;
  • E ainda, a curva de carregamento, já que os veículos tendem a reduzir a velocidade de carregamento à medida que a bateria se aproxima dos 100%.

Um detalhe importante: o carregamento é sempre limitado pelo elo mais fraco — em qualquer tipo de carregamento, seja doméstico ou público.

Mesmo com um carregador potente e uma instalação reforçada, o tempo pode ser mais lento se o veículo não suportar toda essa potência.

O carregamento ocorrerá sempre à velocidade do componente mais limitado entre: instalação elétrica, carregador e veículo.

Exemplo: Se o veículo suporta 11 kW, mesmo que haja uma wallbox de 22 kW e uma instalação compatível, o carregamento será feito a 11 kW, pois esse é o limite do carro.

Abaixo, apresentam-se estimativas baseadas numa bateria de 60 kWh (valor comum em muitos veículos elétricos). Os tempos referem-se a carregamentos completos, de 0 a 100%, e podem variar conforme os fatores acima.

Tipo de carregamento Potência real Tempo estimado
Tomada convencional (carregador de emergência) 2,3 kW 20 a 30 horas
Carregador portátil (3,7 kW) 3,7 kW 16 a 18 horas
Carregador portátil (7,4 kW) 7,4 kW 8 a 9 horas
Carregador portátil (11 kW) 11 kW 6 a 7 horas
Carregador portátil (22 kW) 22 kW 3 a 4 horas
Wallbox (monofásica, 7,4 kW) 7,4 kW 8 a 9 horas
Wallbox (trifásica, 11 kW) 11 kW 6 a 7 horas
Wallbox (trifásica, 22 kW) 22 kW 3 a 4 horas

Importante: como o carregamento doméstico é feito, geralmente, de forma parcial (por exemplo, dos 30% aos 80%), o tempo efetivo será consideravelmente mais curto do que os exemplos acima indicam.

Quanto custa carregar o veículo em casa?

O carregamento doméstico é uma das formas mais práticas de manter um veículo elétrico pronto a circular. Além de permitir maior autonomia na gestão do tempo, oferece ao utilizador a possibilidade de controlar melhor os custos, sobretudo quando há atenção ao horário e à forma como a energia é contratada.

Para calcular o custo aproximado de um carregamento em casa, basta multiplicar a energia consumida (em kWh) pelo preço por kWh definido no contrato de eletricidade:

Custo (€) = Energia carregada (kWh) × Preço do kWh (€)

Por exemplo, se forem carregados 40 kWh com um preço de 0,20 €/kWh, o custo será de 8 €.

Lembrando que este valor pode variar consoante o plano contratado e o horário do carregamento.

Em contratos com tarifa bi-horária ou tri-horária, os períodos fora de ponta (normalmente à noite e de madrugada) apresentam preços significativamente mais baixos. Por isso, programar o carregamento para esses períodos pode representar uma poupança considerável ao longo do mês.

Também é importante considerar que o processo de carregamento não é 100% eficiente: há sempre perdas técnicas, normalmente entre 5% e 15%, dependendo do tipo de carregador e da qualidade da instalação elétrica. Ou seja, o consumo real da rede será ligeiramente superior à energia que entra na bateria.

Para quem tem produção própria de energia, como painéis solares, o custo pode ser ainda mais reduzido. Quando o carregamento é feito durante o dia, utilizando o excedente de produção solar, é possível alimentar o veículo com energia sem custo adicional. Esta prática está a tornar-se cada vez mais comum, sobretudo em habitações unifamiliares, e contribui não só para uma mobilidade mais económica, mas também mais sustentável.

Com que frequência se deve carregar em casa?

Ao contrário dos combustíveis fósseis, em que o depósito é normalmente reabastecido apenas quando está quase vazio, no carregamento elétrico a lógica é diferente. O mais comum entre os condutores de veículos elétricos é carregar com regularidade, em sessões curtas e frequentes, de forma semelhante ao hábito de pôr o telemóvel a carregar todas as noites.

Esta prática tem várias vantagens:

  • Evita atingir níveis muito baixos de bateria, o que pode ser menos eficiente e mais stressante em caso de imprevistos;
  • Reduz o tempo necessário por sessão, já que a carga adicional tende a ser pequena;
  • Permite aproveitar tarifas fora de ponta, se o carregamento for feito à noite;
  • Preserva a saúde da bateria, mantendo a carga dentro de faixas ideais (por exemplo, entre 30% e 80%).

Em geral, o ideal é adaptar a frequência de carregamento ao perfil de utilização. Quem faz trajetos curtos no dia a dia pode carregar apenas algumas vezes por semana, enquanto quem percorre muitos quilómetros diariamente podem preferir carregar todas as noites para manter a autonomia sempre estável.

O importante é garantir que o carregamento se integra de forma prática na rotina, sem depender de longas sessões ou situações de urgência. Ao ter o veículo sempre que possível ligado a um ponto de carregamento confiável — seja uma wallbox, uma instalação reforçada ou até uma tomada segura — o utilizador assegura maior previsibilidade e conforto no uso diário.

Como escolher e instalar um carregador doméstico

A instalação de um carregador dedicado — como uma wallbox ou um carregador portátil de potência superior — é uma das melhores formas de garantir praticidade, segurança e eficiência no carregamento em casa. No entanto, antes de escolher o equipamento, é importante considerar alguns pontos fundamentais que ajudam a tomar a melhor decisão para cada contexto.

O que avaliar na escolha de um carregador

  • Compatibilidade com o veículo: Verificar qual a potência máxima de carregamento que o carro aceita em corrente alternada (AC). Por exemplo, se o veículo aceita até 7,4 kW, um carregador de 11 ou 22 kW não trará ganhos de velocidade.
  • Potência da instalação elétrica: Habitações com rede monofásica geralmente suportam até 7,4 kW. Para potências superiores (11 ou 22 kW), é necessário ter uma instalação trifásica devidamente preparada.
  • Tipo de utilização: Utilizadores que percorrem poucos quilómetros por dia podem optar por um carregador de 3,7 ou 7,4 kW. Já quem depende do veículo para trajetos longos ou carregamentos mais rápidos pode beneficiar de potências superiores.
  • Funcionalidades extra: Algumas wallboxes permitem agendar o carregamento, limitar a potência usada, integrar com energia solar, entre outras funcionalidades inteligentes.

Sobre a instalação

A instalação deve ser feita por um eletricista qualificado, que avalie a capacidade do quadro elétrico da habitação e instale as proteções adequadas. É fundamental garantir que o circuito seja exclusivo para o carregador, com disjuntor próprio e, diferencial residual.

Mesmo em instalações simples, como o uso de carregadores portáteis em tomadas industriais (tipo CEE), recomenda-se a verificação por um técnico, para garantir segurança e eficiência a longo prazo.

Para quem vive em apartamentos ou prédios com garagem coletiva, há regras e procedimentos específicos que devem ser seguidos. Saiba mais no artigo completo: Como instalar um carregador de carro elétrico num condomínio.

A miio conta com parceiros especializados para realizar a instalação de carregadores domésticos com total segurança e profissionalismo. A avaliação técnica é gratuita — basta entrar em contacto para avaliar.

Segurança e boas práticas

  • Evitar o uso de extensões ou adaptadores improvisados;
  • Certificar-se de que o local de instalação está protegido das intempéries (caso seja no exterior);
  • Verificar periodicamente o estado da tomada, cabos e conectores;
  • Dar preferência a equipamentos com certificações e proteções integradas (como proteção contra sobretensões ou sobreaquecimento).

Investir numa solução bem dimensionada e instalada com segurança é um passo importante para garantir tranquilidade no uso diário do veículo elétrico.

Conclusão

Carregar um veículo elétrico em casa é uma solução prática, económica e, acima de tudo, flexível. Com diferentes formas de carregamento possíveis — desde o carregador de emergência até à instalação de uma wallbox — cada utilizador pode adaptar a escolha às suas rotinas, à potência disponível e às necessidades de mobilidade do dia a dia.

Mais do que optar pela solução mais potente, o ideal é encontrar um equilíbrio entre autonomia, conforto e segurança. Com uma instalação bem dimensionada e atenção ao horário de carregamento, é possível reduzir custos, proteger a bateria e garantir que o veículo está sempre pronto a circular.

E para quem produz energia solar, o carregamento doméstico representa uma oportunidade adicional de poupança, reforçando o impacto positivo da mobilidade elétrica na sustentabilidade.

Ao entender como funciona o carregamento em casa, o utilizador está mais preparado para tomar decisões informadas — e tirar o máximo partido do seu veículo elétrico.

Resumo rápido: Como carregar o carro elétrico em casa

  • Carregar em casa é cómodo e pode ser mais económico, sobretudo com atenção ao horário e à tarifa contratada.
  • É possível carregar de três formas: com carregador de emergência (2,3 kW), com carregador portátil em instalação reforçada ou com uma wallbox.
  • O tempo de carregamento depende da capacidade da bateria, da potência do carregador, da instalação elétrica e do limite do próprio veículo.
  • Para estimar o tempo: dividir os kWh a carregar pela potência real disponível (em kW).
  • O carregamento será sempre limitado pelo componente com menor capacidade (veículo, carregador ou instalação).
  • O custo médio de um carregamento é obtido multiplicando os kWh pela tarifa de eletricidade. É mais baixo em horários fora de ponta.
  • Utilizar energia solar pode reduzir significativamente o custo — ou até eliminá-lo, em caso de excedente.
  • O ideal é carregar com regularidade e evitar baterias muito baixas ou carregamentos constantes até 100%.
  • A instalação de uma wallbox deve ser feita por técnicos qualificados. A miio oferece avaliações gratuitas com parceiros certificados.

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